Os economistas dos bancos voltaram a elevar as suas projeções para a inflação medida pelo o IPCA – Índice Nacional de Preços a Consumidor Amplo para este ano, as informações constam do Relatório de Mercado Focus, divulgado, hoje (03/08) pelo Banco Central do Brasil.
Inflação
Os analistas das instituições financeiras voltaram a elevar as suas estimativas para o índice oficial de inflação utilizado pelo governo para as metas de inflação. A expectativa é que IPCA encerre 2015 em 9,25% ante 9,23% da semana passada. Para 2016, a inflação oficial deverá encerrar o ano em 5,40%, mantendo a projeção da semana passada.
A inflação para os próximos 12 meses vem na contra mão da inflação projeta para 2015, os agentes dos bancos esperam que a inflação para os próximos 12 meses recue de 5,76% para 5,67%. O mercado já trabalha com uma tendência de queda para a inflação dos próximos 12 meses há 6 semanas seguidas.
Meta atuarial
Com a evolução dos índices inflacionários para este ano a meta atuarial dos regimes próprios de previdência tende também a ser elevada. A projeção para a meta atuarial medida pela variação do IPCA para este ano é de 15,81%, por sua vez a estimativa para a meta atuarial medida pela variação do INPC é de 16,22%. Para 2016 o cenário tende a melhorar para os indicadores de inflação. Com isso a meta atuarial projetada, medida pelo IPCA, é de 11,72% já a meta estimada com base na variação do INPC deverá ser de 11,52%.
Meta atuarial é a taxa de juros, ou seja, a rentabilidade mínima necessária das aplicações financeiras dos investimentos de um plano de previdência, para o cumprimento dos seus compromissos futuros. Funciona como uma taxa de desconto, onde os compromissos futuros são trazidos a “valor presente”.
Inflação de curto prazo
Os analistas do mercado financeiro, considerados Top 5, mantiveram as suas estimativas para a inflação de curto prazo. Para julho a estimativa foi mantida em 0,62%. Para a inflação de agosto os analistas projetam que se mantenha em 0,27%.
Crescimento da Economia
Em mais uma semana de pessimismo, os economistas dos bancos voltaram a trabalhar com a possibilidade de um desempenho mais fraco da economia brasileira, que deve recuar de -1,76% para -1,80 em 2015. Para o próximo ano, os analistas das instituições financeiras mantiveram a sua estimativa em 0,20%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
As projeções para a produção industrial brasileira forma mantidas pelos analistas dos bancos em -5,00%. Para 2016, a estimativa foi mantida em 1,30%.
Taxa de juros
A projeção para a taxa de juros básica da economia em 2015 foi mantida em 14,25% ao ano. Para de 2016, a estimativa foi também mantida só que em 12,00% ao ano.
Câmbio
Os economistas dos bancos elevaram as suas estimativas para a taxa de câmbio ao final de 2015 de R$3,25 para R$3,35 por unidade da moeda norte-americana. Para o próximo ano, as projeções para a taxa de câmbio foram também elevadas só que de R$ 3,40 para R$3,49 por dólar.
Balanço de pagamentos e IED
Os analistas das instituições financeiras mantiveram inalteradas as estimativas para o saldo do balanço de pagamentos em 2015. Na conta Balança Comercial foi mantida a estimativa em US$ 6,40 bilhões. Para 2016, projeções foram reduzidas de um superávit US$ 14,89 bilhões para US$ 14,79 bilhões.
Os agentes do mercado financeiro elevaram as suas estimativas para o ingresso de IED – Investimento Estrangeiro Direto em 2015 de US$ 65,70 bilhões para US$ 66,00 bilhões. Para o próximo ano as projeções foram mantidas em U$ 65,00 bilhões.
Perspectiva
Depois de pregões agitados por conta das recentes notícias que envolvem economia e política, os próximos dias tendem a ser mais tranquilos em relação à divulgação de indicadores. Dados do mercado de trabalho dos EUA prometem mexer com os mercados, dado a sua importância por conta da indefinição da política monetária americana. O relatório de emprego reúne dados de remuneração do trabalhador, horas trabalhadas, empregos gerados e taxa de desemprego.
No âmbito doméstico, além do cenário político que não deixa o noticiário, está prevista a divulgação da Ata do Copom, que trará elementos importantes para uma análise mais aprofundada sobre a política monetária.
No plano político, a volta das atividades no Congresso Nacional após duas semanas de recesso mostrará se a resistência aos projetos encaminhados pelo Executivo será mantida ou abrandada.
Mantemos a recomendação de, por hora, expor a carteira para os vértices mais longos em no máximo 60% (no máximo 10% em IMA-B 5+ ou IDKA IPCA 20A, o restante no IMA-B e IMA-Geral).
Os demais recursos devem ser direcionados para os vértices mais curtos, para ativos indexados ao CDI, IRF-M 1, IMA-B 5 ou IDKA IPCA 2A.
Na renda variável, mantemos nossa recomendação de uma exposição reduzida, pois não há percepção de melhora nos fundamentos que justifique elevar o risco da carteira no curto/médio prazos. Investimentos neste segmento devem estar direcionados para ativos que utilizam estratégias de gerar valor ao acionista, através de análises fundamentalistas.
O mercado também conhecerá o PIB dos EUA do segundo trimestre, a ser divulgado na quinta-feira (30). As expectativas são para a divulgação de um crescimento de 2,5%, e deve mostrar que a retração do primeiro trimestre foi resultado de fatores conjunturais.
O quadro revela uma mudança do cenário que requer cautela na movimentação dos recursos, priorizando aplicações nos vértices mais curtos da curva de juros, em ativos indexados ao CDI, IRF-M 1, IMA-B 5 ou IDKA IPCA 2A.
Na renda variável, mantemos nossa recomendação de uma exposição reduzida.
Deixe um Comentário