Os analistas das instituições financeiras revelaram hoje, 26/11, através do Relatório de Mercado – Focus que mantém a sua expectativa em relação a manutenção dos juros básicos da economia brasileira no atual patamar. O mercado financeiro aposta que o Copom em sua reunião que começa amanhã e encerra-se na próxima quarta-feira, dia 28/11, deve encerrar o ciclo de afrouxamento da politica monetária mantendo os juros em 7,25% ao ano. Ao todo, a autoridade monetária promoveu redução na taxa básica de juros nas 10 reuniões anteriores do Copom.
Os economistas dos bancos passaram a precificar a Selic em 7,25% ao ano, após a divulgação da ata do Copom ao término da última reunião, em que a autoridade monetária informou que o cenário ainda permitia um “último” corte nos juros – indicando que novos cortes não ocorreriam.
O mercado financeiro projeta que a taxa básica de juros da economia permaneça em 7,25% ao ano, até o dezembro de 2013.
Inflação
A estimativa dos analistas do mercado financeiro, em relação ao índice oficial de inflação do governo medido pelo IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo foi reduzida de 5,45% para 5,43% em 2012. Para o próximo ano, a estimativa dos analistas das instituições financeiras para o índice de inflação oficial subiu de 5,39% para 5,40%. A definição da politica monetária do governo a ser discutida na reunião do Copom que acontece nesta semana, 27 e 28/11, passa obrigatoriamente pelo cenário de inflação de 2013 e 2014.
Em relação a inflação de curto prazo, o mercado financeiro manteve a expectativa de recuo para o IPCA de novembro. A projeção dos analistas dos bancos aponta recuo de 0,48% para 0,46% em novembro. Para dezembro, o mercado financeiro manteve a projeção da semana passada, ou seja, 0,53%.
PIB e cambio
Para o crescimento da economia medido pelo PIB – Produto Interno Bruto de 2012, os analistas das instituições financeiras mantiveram a sua percepção de redução do crescimento de 1,52% para 1,50%. Para 2013, a projeção para o crescimento da economia recuou de 3,96% para 3,94%.
Logo, o mercado financeiro mostra que não compactua com a visão do Ministério da Fazenda, de que a economia brasileira deverá apresentar crescimento de 4,00% no próximo ano.
A estimativa dos economistas dos bancos para produção industrial brasileira melhorou ligeiramente em relação à última semana. Na avaliação do mercado financeiro a produção industrial subiu de -2,39% para -2,30%. Para 2013, a estimativa também subiu, só que de 4,15% para 4,20%.
Em relação à taxa de cambio, os economistas dos bancos mantiveram a sua projeção para 2012 em R$ 2,03 por unidade da moeda norte-americana. Para 2013, a estimativa permaneceu em R$ 2,02.
Balanço de pagamento e IED
O mercado financeiro elevou de US$ 19,20 bilhões para US$ 19,60 bilhões a sua projeção para o saldo positivo para o saldo da balança comercial brasileira em 2012. Para o próximo ano, a estimativa dos analistas dos bancos para o saldo da balança comercial ficou em US$ 15,52 bilhões, mesma estimativa da semana passada.
Para 2012, a expectativa em relação ao ingresso de IED – Investimento Estrangeiro Direto no Brasil permaneceu em US$ 60 bilhões. Para 2013, a estimativa do mercado financeiro para a entrada de investimentos estrangeiros caiu de US$ 60 bilhões para US$ 59 bilhões.
29 de novembro de 2012 às 16:57
Caro Manoel Júnior,
Lendo o seu post, fiquei pensando na relação entre Inflação, Juros e o Fundo de Investimento RF Inflação que possuo. Você acredita que se a taxa de juros realmente tender a 7,25% e a inflação para 2013 em 5,40 (com uma leve queda em relação aos 5,43% de 2012) este tipo de investimento será pior? Em 2012 bateu a casa dos 20%.
Obrigado,
Tiago
30 de novembro de 2012 às 8:15
Tiago, bom dia
No caso dos fundos de investimentos esta afirmação é verdadeira, pois os fundos estão sujeitos a uma obrigação chamada marcação a mercado. A MaM é um processo em que o administrador do fundo deve contabilizar o patrimônio do fundo diariamente como se fosse vender todos os ativos que compõem a carteira dos fundos. Neste processo se a taxa sobe o patrimônio do fundo desvaloriza no caso de queda na taxa o PL do fundo valoriza.
Este fundos podem apresentar alguma volatilidade ao longo do próximo ano, mas nem de longe deve mostrar o mesmo retorno apresentado em 2012. Entretanto, caso de confirme a expectativa de lata dos juros no inicio de 2014, estes fundos podem apresentar alguma desvalorização, mas isto é para ser avaliado ao longo do tempo. Uma alternativa aos fundos é o Tesouro Direto, se a sua intenção é aplicar para o longo prazo vale a pena avaliar.
Abraço