Retrospectiva
Em relação à economia internacional, destaque para a reunião do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE), composto pelos governadores dos bancos centrais dos 19 países da zona euro e os seis membros do Comité Executivo da entidade, que decidiu pela manutenção das taxas de juros aplicáveis ao refinanciamento em 0,00%, e de depósitos em -0,40%. O Comitê também decidiu pela manutenção do atual programa de recompra de ativos no ritmo mensal de € 60 bilhões até o final de dezembro de 2017, reduzindo então para € 30 bilhões até, pelo menos setembro de 2018. Cabe ressaltar que a decisão não foi unânime, em razão de diferentes visões sobre os dados econômicos recentes da zona do euro.
Nos EUA, o Congresso aprovou a resolução sobre o orçamento de 2018, abrindo espaço para uma redução gigantesca dos impostos, de cerca de US$ 1,5 bilhão. A decisão foi apertada, com 216 deputados votando a favor e 212 votando contra, assim como tinha sido no Senado uma semana antes. As grandes linhas da reforma são uma redução nos impostos das empresas da ordem de 35% a 20%. Os opositores à reforma denunciam que a medida levaria à explosão do déficit orçamentário.
Ainda por lá, o mercado financeiro reagiu às especulações de que a atual presidente do Fed, Janet Yellen, estaria fora da disputa pela vaga para o próximo mandato. A escolha deverá recair entre os candidatos Jerome Powell e John Taylor. Com o cerco se fechando, aumenta a possibilidade de um novo presidente mais conservador, o que significaria mais altas no juro pelo Fed.
O Departamento de Comércio dos EUA divulgou, em sua primeira estimativa, que o PIB do 3º trimestre cresceu a uma taxa anual de 3%. É a primeira vez em três anos que o PIB cresce ao menos 3% por dois trimestres consecutivos. Contribuiu para a robustez do número o consumo das famílias, que responde por mais de 2/3 da atividade econômica norte americana, e o crescimento do investimento privado e dos estoques.
Enquanto no Japão, a vitória do Partido Liberal Democrático (PLD), do primeiro-ministro Shinzo Abe, nas eleições do Parlamento, garante a manutenção da maioria absoluta do partido nas duas casas parlamentares, e deverá trazer a manutenção das políticas econômicas e monetárias expansionistas no país, com taxa de juros no campo negativo e a manutenção do programa de compra de bônus governamentais.
Nos mercados de ações internacionais, enquanto o Dax, índice da bolsa alemã avançou 1,74% na semana, o FTSE-100, da bolsa inglesa, recuou -0,24%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana valorizou 0,22% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa, 2,57%.
Em relação à economia brasileira, foi divulgado que o índice de confiança da indústria, medido pela FGV, avançou expressivos 1,9% na primeira prévia para o mês de outubro. Já o resultado das contas públicas voltou a ficar no vermelho em setembro. O governo central registrou déficit primário de R$ 22,7 bilhões no mês, e embora negativo, é melhor que o resultado observado no mesmo período do ano passado, quando o rombo foi de R$ 25,2 bilhões. Foi observada melhora na arrecadação de impostos, que pode ser interpretado como um sinal de recuperação do crescimento da economia.
Na semana ocorreu a penúltima reunião do Copom de 2018, com seus membros votando pela redução de 75 pontos- base, para 7,50% ao ano, menor nível desde abril de 2013 e próxima da mínima histórica de 7,25%. O corte representou uma diminuição do ritmo de baixa dos juros. A leitura do mercado é de que, com as baixas sucessivas de 100 pontos-base nas últimas reuniões, o espaço para mais cortes diminuiu.
No campo da política, a câmara dos deputados decidiu, por maioria de votos, pela rejeição da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. Apesar de contar com menos votos da base aliada que na votação da primeira denúncia, o governo sai fortalecido e com agenda limpa para votar as medidas de ajuste fiscal, com destaque para a reforma da previdência.
Comentário Focus
No Relatório Focus recém divulgado, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,08% em 2017, frente à expectativa de 3,06% na semana anterior. Para 2018 a estimativa é que suba 4,02%, como na semana anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2017, a média das expectativas situou-se em 7%, como na pesquisa anterior e para o final de 2018 também em 7%, como na última pesquisa.
Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado manteve a evolução do PIB em 0,73%, e para 2018 estacionou em 2,50%.
Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,19, no fim de 2017, frente a R$ 3,16 na pesquisa anterior e para o final do próximo ano em R$ 3,30, como no último relatório.
Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 75 bilhões em 2017. Para 2018, as estimativas foram mantidas em um ingresso de US$ 80 bilhões.
Perspectiva
Os próximos dias serão marcados por eventos importantes para os mercados, como a reunião do Fed, banco central dos Estados Unidos, além dos números sobre o mercado de trabalho norte-americano, previsto para ser divulgado na sexta-feira.
O Fed se reúne ofuscado pela expectativa de que o presidente dos EUA, Donald Trump, anuncie ainda nesta semana a decisão de substituir a presidente da instituição, Janet Yellen. Não se espera alteração na taxa básica nesta reunião, com seus membros adiando qualquer movimento para dezembro, enquanto lutam com uma inflação persistentemente baixa, apesar do desemprego em queda e o crescimento econômico robusto.
Mantemos nosso entendimento de que, dado o expressivo avanço já ocorrido com os índices que referenciam os fundos de investimentos em títulos públicos, nos meses recentes, por conta da queda da inflação e da redução da taxa Selic, o momento é de realização dos lucros obtidos com as aplicações de longuíssimo prazo.
Permanecer com uma exposição no vértice de longuíssimo prazo neste momento de ainda grandes incertezas, pode não representar ganhos expressivos em função do fator risco a ser incorrido. Assim, recomendamos uma exposição de 30% no vértice de longo prazo, representado pelo IMA-B Total.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) mantemos a nossa recomendação de uma exposição de 10%. Os recursos saídos do longuíssimo prazo deverão ser migrados para as aplicações em fundos DI, cuja alocação agora sugerida é de 30%. Lembramos que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 3.922/2010, o percentual máximo de alocação em fundos enquadrados no Artigo 7º, Inciso IV é de 30%. A estratégia ora recomendada mantém a perspectiva de bom retorno ao mesmo tempo em que reduz o risco total da carteira.
Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das alocações em vértices mais longos. A atual escassez de crédito para a produção e o consumo tem gerado prêmios de risco, que possibilitam uma remuneração que supera as metas atuariais.
Quanto à renda variável, passamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano, que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos multimercado (5%), em fundos de participações – FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), a alta na parcela de renda variável para 30%, considera que a alocação em ações passou de 10% para 15%, diminuindo-se para 30% as alocações em renda fixa de curto prazo.
Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.
Indicadores Diários – 30/10/2017
Índices de Referência – Setembro / 2017
Retrospectiva
Em relação à economia internacional, a China divulgou que o PIB cresceu 6,8% no terceiro trimestre em relação a igual período do ano passado, enquanto a produção industrial e vendas do varejo avançaram mais do que o esperado em setembro, com altas de 6,6% e 10,3%, respectivamente. Por outro lado, as vendas de imóveis recuaram 2,4% em setembro, em relação ao ano anterior.
No Japão, o índice de atividade industrial subiu para 105,1 pontos, alta de 0,1% em relação a agosto. A bolsa nipônica manteve uma sequencia de pregões em alta, diante da expectativa de vitória folgada nas eleições governistas, confirmada neste final de semana com a manutenção de 2/3 dos 465 assentos na câmara baixa do parlamento japonês pela coligação do primeiro-ministro Shinzo Abe.
Na zona do Euro, as tensões políticas envolvendo o governo espanhol e a Catalunha se intensificaram, após o primeiro-ministro Mariano Rayol anunciar intervenção no governo regional catalão e a consequente suspensão parcial de sua autonomia. Rayol anunciou também a antecipação das eleições regionais, que deverão ser realizadas em até seis meses.
Em relação ao bloco europeu, a cúpula da União Europeia reuniu-se em Bruxelas para uma conferência. A primeira-ministra britânica, Thereza May, se esforça em reiniciar as negociações sobre o acordo de separação, oferecendo maiores concessões para os cidadãos do bloco preocupados com seus direitos no Reino Unido após o “Brexit”.
Nos EUA, Donald Trump disse que deve escolher o presidente do Federal Reserve até o princípio de novembro. Entrevistou alguns candidatos e até Janet Yellen, atual titular detém o mandato em fevereiro de 2018, porém demonstrou inclinação pelo atual diretor Jerome Powell.
O Senado americano aprovou, por 51 votos favoráveis e 49 contrários, uma resolução orçamentária que abre espaço em direção à reforma tributária pretendida por Donald Trump. O corte de impostos impulsionará a economia norte-americana, principalmente os setores de construção e indústria, mas pode elevar os déficits orçamentários em até US$ 1,5 trilhão em 10 anos. Com o aval do Senado, Trump precisará apenas de maioria simples na Câmara dos Representantes para aprovar seu plano tributário, que prevê redução de impostos para empresas e para a faixa mais alta de renda de pessoas físicas.
Nos mercados de ações internacionais, enquanto o Dax, índice da bolsa alemã permaneceu estável e o FTSE-100, da bolsa inglesa, recuou -0,16%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana valorizou 0,86% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa, 1,43%.
Em relação à economia brasileira, foi divulgado que a atividade econômica recuou em agosto, após dois meses de alta. O chamado índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou 0,38% em agosto, na comparação com julho. Porém, quando comparado com agosto de 2016, o índice aumentou 1,64%.
Dos indicadores parciais de inflação, destaque para o IPCA-15 que acelerou para 0,34% em outubro, na comparação com setembro que havia acelerado 0,11%. O resultado veio em linha com as expectativas do mercado.
No campo político, destaque para a decisão do Senado que derrubou, por 44 votos a 26, a decisão da Primeira Turma do STF que havia determinado o afastamento de Aécio Neves do mandato. Com a decisão, Aécio retoma suas funções no Senado Federal. Ainda no campo político, por decisão da maioria da Comissão de Constituição e Justiça – CCJ da Câmara dos Deputados, foi rejeitado o prosseguimento da segunda denúncia contra o Presidente Michel Temer. Agora, caberá ao plenário da Câmara a palavra final, em votação marcada para esta semana.
Para a bolsa brasileira, foi uma semana de baixa, com o Ibovespa recuando 0,78% e acumulando alta de 26,84% no ano e de 19,16% em doze meses. O dólar, por sua vez, avançou 0,83%, reduzindo a variação negativa para 2,33% no ano. O IMA-B Total, por sua vez acelerou 0,53% na semana, acumulando alta de 14,13% no ano.
Comentário Focus
No Relatório Focus publicado hoje, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,06% em 2017, frente à expectativa de 3,00% na semana anterior. Para 2018 a estimativa é que suba 4,02%, como na semana anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que, para o fim de 2017, a média das expectativas situou-se em 7%, como na pesquisa anterior e para o final de 2018 também em 7%, como na última pesquisa.
Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estima a evolução do PIB em 0,73%, frente a 0,72% na pesquisa anterior, e para 2018 estacionou em 2,50%.
Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,16, no fim de 2017, frente a R$ 3,15 na pesquisa anterior e para o final do próximo ano em R$ 3,30, como no último relatório.
Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 75 bilhões em 2017. Para 2018, as estimativas foram elevadas para um ingresso de US$ 80 bilhões.
Perspectiva
Na agenda internacional desta semana está prevista a divulgação, nos EUA, Do PIB relativo ao terceiro trimestre, que deve trazer novas sinalizações sobre o nível de recuperação da maior economia do mundo.
Ainda na pauta externa, destaque ainda para a divulgação de PMI’s nos EUA e Europa, e dados do PIB do Reino Unido.
No Brasil, destaque para a penúltima reunião do COPOM deste ano. É amplamente esperada pelo mercado uma redução do ritmo de corte na taxa Selic, que deverá recuar 75 pontos-base para 7,50% ao ano. Ainda na agenda doméstica, será divulgado o resultado fiscal do governo central de setembro.
Do lado da política, o centro das atenções fica para a votação da segunda denúncia contra o Presidente Michel Temer no plenário da Câmara dos Deputados. As expectativas são de que a peça seja rejeitada pelos parlamentares na quarta-feira, em decisão não tão folgada quanto na denúncia anterior, em meio a uma agenda negativa que poderá afetar a capacidade do governo em conduzir alguma agenda de reformas em novembro, antes do recesso parlamentar.
Entendemos que, dado o expressivo avanço já ocorrido com os índices que referenciam os fundos de investimentos em títulos públicos, nos meses recentes, por conta da queda da inflação e da redução da taxa Selic, o momento é de realização dos lucros obtidos com as aplicações de longuíssimo prazo.
Permanecer com uma exposição no vértice de longuíssimo prazo neste momento de ainda grandes incertezas, pode não representar ganhos expressivos em função do fator risco a ser incorrido. Assim, recomendamos uma exposição de 30% no vértice de longo prazo, representado pelo IMA-B Total.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) mantemos a nossa recomendação de uma exposição de 10%. Os recursos saídos do longuíssimo prazo deverão ser migrados para as aplicações em fundos DI, cuja alocação agora sugerida é de 30%. Lembramos que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 3.922/2010, o percentual máximo de alocação em fundos enquadrados no Artigo 7º, Inciso IV é de 30%. A estratégia ora recomendada mantém a perspectiva de bom retorno ao mesmo tempo em que reduz o risco total da carteira.
Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das alocações em vértices mais longos. A atual escassez de crédito para a produção e o consumo tem gerado prêmios de risco, que possibilitam uma remuneração que supera as metas atuariais.
Quanto à renda variável, passamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano, que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos multimercado (5%), em fundos de participações – FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), a alta na parcela de renda variável para 30%, considera que a alocação em ações passou de 10% para 15%, diminuindo-se para 30% as alocações em renda fixa de curto prazo.
Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.
Indicadores Diários – 20/10/2017
Índices de Referência – Setembro / 2017
Prezados Clientes,
Informamos que foi publicado no dia 23 de outubro de 2017 a Resolução CMN nº 4.604 que altera a Resolução CMN nº 3.922/2010, que dispõe sobre as aplicações dos recursos dos Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS.
O processo de mudança foi iniciado a alguns meses, com modificações em seu conteúdo desde então.
Neste comunicado, faremos uma análise técnica sobre as mudanças, possibilitando assim uma visão geral dos pontos, levando cada um à sua própria interpretação.
Em muitos comunicados já disponibilizados, foram destacados que as alterações vieram para aperfeiçoar as normas e adequações da gestão dos ativos dos RPPSs à melhores práticas de investimentos, com transparência e segurança nas aplicações dos correspondentes recursos.
Era evidente para todo o mercado a necessidade de revisão e alteração da Resolução, para evoluir e seguir uma linha comparativa com as alterações de comportamento versus cenário das Resoluções das Entidades Fechadas de Previdência Complementar em conjunto com alguns estudos de composição e otimização de portfolios.
Os limites impostos pela Resolução devem funcionar como meio para otimizar a relação risco e retorno, de modo a não gerar ineficiências de alocação e inibição na diversificação mais adequada às características e perfil das obrigações passivas do plano de benefícios.
Analisando o histórico de alterações das Resoluções, desde o começo da normatização, é possível notar claramente uma ampliação progressiva das alternativas de investimentos e uma forte preocupação com a proteção de tais recursos contra investimentos que não são adequados pelo seu perfil de risco.
As arrecadações e o patrimônio do RPPS deve ser suficiente para o custeio das despesas futuras com seu plano de benefício. Todos sabemos que os RPPSs precisam alcançar suas metas atuariais e para tal necessitam de acesso a produtos financeiros de maior estruturação e, consequente, maior retorno
Em meio à discussão do processo de diversificação dos investimentos em função da expectativa de queda da taxa de juros da economia, a necessidade permanente de desenvolvimento do mercado de capitais e a busca de novas oportunidades de investimentos que possam representar rentabilidade de longo prazo, já era apontado pelo mercado que todo esse processo poderia ser retardado em caso de alteração nos limites quantitativos existentes na legislação vigente.
Com as alterações feitas, a preocupação do mercado se mantém. Em nossa visão, ficou uma falsa sensação de aumento de possibilidades o que na realidade, tornou-se mais restritiva.
As principais mudanças trazidas pela nova Resolução abrangem:
PONTOS POSITIVOS
PONTOS NEGATIVOS
Podemos destacar que a Nova Resolução traz uma ideia ilusória de aumento de diversificação, muito embora o novo texto permita novos produtos, nunca antes permitidos, as exigências que se faz para que o FIDC e o FIP sejam enquadrados, somado a enorme barreira a entrada de novos gestores que foi determinado por esta nova resolução faz com que concluamos que os investimentos dos RPPS caminharão naturalmente à concentração. Continuamos com uma resolução que concentra o risco assumido pelo RPPS, onde ele será praticamente só risco de mercado. Produtos que assumem outros riscos (Crédito / Liquidez) sofrem mais exigências, e agora compartilham de menos exposição máxima do patrimônio do RPPS.
Vale ressaltar que barreira a entrada é uma das maiores imperfeições de mercado que podemos ter, quando criamos barreira e limitamos a entrada de novos concorrentes, os produtos caminham naturalmente para uma queda de qualidade. Em outras palavras, a nova Resolução irá concentrar os investimentos dos RPPS em produtos com risco de mercado e que sejam geridos por grandes instituições, que atualmente já se mostram ineficazes neste sentido.
Concluímos que a nova Resolução anda na contramão do mercado de capitais, onde cada vez mais busca-se a diversificação e a assunção de novos riscos, e anda também na contramão das previsões econômicas, onde a crescente queda de juros deixa o mercado de título público cada vez menos interessante, fazendo com que os investidores busquem rentabilidades em produtos que tragam o ganho da economia real, como produtos de crédito ou investimentos em empresas de uma forma geral. O cumprimento de metas atuarias fica extremamente prejudicada com essas novas condições.
Aqui constam linhas gerais ainda, sobre uma análise preliminar, porém a mudança é maior. Nossa equipe encontra-se reunida, analisando todos os pontos alterados de forma minuciosa, pois alguns enquadramentos de fundos também devem mudar, levando modificação em nosso sistema, relatórios e podendo causar desenquadramentos nas carteiras dos RPPS. Cabe destacar que seguindo o Artigo 21º da Resolução os regimes próprios de previdência social que, em decorrência da entrada em vigor desta Resolução, passem a apresentar aplicações em desacordo com o estabelecido, poderão mantê-las em carteira por até 180 dias.
Vamos avaliar a extensão dos impactos nos fundos presentes nas carteiras com a maior brevidade possível.
Considerando que estamos às vésperas do prazo final para o envio da Política de Investimentos de 2018, a Secretaria prorrogou o prazo de envio para 31 de dezembro de 2017.
Existe previsão de alteração da Política caso tenha mudança de Resolução, sendo assim não terá problemas para aqueles que já enviaram. O conceito de cenário, das necessidades e desafios para o próximo exercício, as metodologias de gerenciamento de risco, enfim, a estrutura da política como um todo não sofre impacto, apenas serão necessários ajustes nos limites.
Em breve será emitido novo comunicado com maiores informações.
Por fim, reforçamos nosso compromisso com a satisfação de nossos clientes e lembramos que nossos consultores e corpo técnico estão à disposição para quaisquer esclarecimentos que julgar necessário.
Equipe Crédito & Mercado
Retrospectiva
Em relação à economia internacional, na zona do Euro, a produção industrial cresceu 1,4% em agosto, frente ao mês anterior, quando a expectativa era de um avanço de 0,6%. Na base anual a alta da produção foi de 3,8%.
Nos EUA, a inflação do consumidor foi de 1,7% na base anual, em setembro, assim como havia sido no mês anterior. Já as vendas no varejo cresceram 1,6% nesse mês, frente agosto, ligeiramente abaixo do consenso.
Nos mercados de ações internacionais a semana foi novamente de altas. Enquanto o Dax, índice da bolsa alemã subiu 0,28%, o FTSE-100, da bolsa inglesa, avançou 0,17%, o índice S&P 500, da bolsa norte-americana 0,15% e o Nikkey 225, da bolsa japonesa 2,24%.
Em relação à economia brasileira, dos indicadores parciais de inflação, o IPC-Fipe, que havia subido 0,02% em setembro, acelerou na primeira quadrissemana de outubro para alta de 0,10%. Já o IPC-S, que havia subido 0,14% na abertura de setembro, acelerou para alta de 0,28% na segunda medição do mês. E o IGP-M avançou 0,34% na primeira prévia de outubro, contra 0,34% no mesmo período do mês anterior.
Já as vendas no varejo recuaram 0,5% em agosto, na comparação com o mês anterior e subiram 3,6% sobre o ano anterior.
Para a bolsa brasileira, foi uma semana de alta, com o Ibovespa subindo 1,23% e acumulando alta de 27,83% no ano e de 24,65% em doze meses. O dólar, por sua vez caiu 0,24%, aumentando a variação negativa para 3,13% no ano. O IMA-B Total, por sua vez recuou 0,01% na semana, acumulando alta de 13,52% no ano.
Comentário Focus
No Relatório Focus publicado hoje, a média dos economistas que militam no mercado financeiro estimou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subirá 3,00% em 2017, frente a expectativa de 2,98% na semana anterior. Para 2018 a estimativa é que suba 4,02%, como na semana anterior.
Para a taxa Selic, o relatório informou que agora, para o fim de 2017, a média das expectativas situou-se em 7%, como na pesquisa anterior e para o final de 2018 também em 7%, como na última pesquisa.
Já para o desempenho da economia previsto para este ano, o mercado estima a evolução do PIB em 0,72%, frente a 0,70% na pesquisa anterior e para 2018 um avanço de 2,50%, comparado a 2,43% no último relatório.
Para a taxa de câmbio, a pesquisa mostrou que a cotação da moeda americana estará em R$ 3,15, no fim de 2017, frente a R$ 3,17 na pesquisa anterior e para o final do próximo ano em R$ 3,30, também como no último relatório.
Para o Investimento Estrangeiro Direto, as expectativas são de um ingresso de US$ 75 bilhões em 2017 e 2018.
Perspectiva
Na agenda internacional desta semana está prevista a divulgação, na zona do euro, da inflação do consumidor em setembro.
Nos EUA, teremos a divulgação, além do Livro Bege, da produção industrial em setembro e na China teremos a divulgação do PIB do terceiro trimestre, além da inflação do consumidor em setembro.
No Brasil, serão divulgados os indicadores parciais de inflação, além do IBC-Br de agosto.
No exterior, o dado mais importante é o da divulgação do PIB chinês e no Brasil, teremos a divulgação do IPCA-15, que pode vir um pouco maior por conta de pressões nos preços dos alimentos.
Entendemos que, dado o expressivo avanço já ocorrido com os índices que referenciam os fundos de investimentos em títulos públicos, nos meses recentes, por conta da queda da inflação e da redução da taxa Selic, o momento é de realização dos lucros obtidos com as aplicações de longuíssimo prazo.
Permanecer com uma exposição no vértice de longuíssimo prazo neste momento de ainda grandes incertezas, pode não representar ganhos expressivos em função do fator risco a ser incorrido. Assim, recomendamos uma exposição de 30% no vértice de longo prazo, representado pelo IMA-B Total.
Para os vértices médios (IMA-B 5, IDkA 2A e IRF-M Total) mantemos a nossa recomendação de uma exposição de 10%. Os recursos saídos do longuíssimo prazo deverão ser migrados para as aplicações em fundos DI, cuja alocação agora sugerida é de 30%. Lembramos que para evitar o desenquadramento aos limites da Resolução CMN nº 3.922/2010, o percentual máximo de alocação em fundos enquadrados no Artigo 7º, Inciso IV é de 30%. A estratégia ora recomendada mantém a perspectiva de bom retorno ao mesmo tempo em que reduz o risco total da carteira.
Permanece a recomendação de que, com a devida cautela e respeitados os limites das políticas de investimento é oportuna a avaliação de aplicações em produtos que envolvam a exposição ao risco de crédito (FIDC e FI Crédito Privado, por exemplo), em detrimento das alocações em vértices mais longos. A atual escassez de crédito para a produção e o consumo tem gerado prêmios de risco, que possibilitam uma remuneração que supera as metas atuariais.
Quanto à renda variável, passamos a recomendar a exposição máxima de 30%, por conta da crescente melhoria das expectativas com a atividade econômica no próximo ano, que deverá refletir em um melhor comportamento dos lucros das empresas e, portanto, da Bolsa de Valores. Assim, já incluídas as alocações em fundos multimercado (5%), em fundos de participações – FIP (5%) e em fundos imobiliários FII (5%), a alta na parcela de renda variável para 30%, considera que a alocação em ações passou de 10% para 15%, diminuindo-se para 30% as alocações em renda fixa de curto prazo.
Por fim, cabe lembrarmos que as aplicações em renda fixa, por ensejarem o rendimento do capital investido, devem contemplar o curto, o médio e o longo prazo, conforme as possibilidades ou necessidades dos investidores. Já as realizadas em renda variável, que ensejam o ganho de capital, as expectativas de retorno devem ser direcionadas efetivamente para o longo prazo.
Indicadores Diários – 16/10/2017
Índices de Referência – Setembro / 2017