Em que pese à decisão de elevar a taxa básica de juros, Selic, em 0,25 ponto percentual não ter sido tomada por unanimidade pelos membros do Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central – pois, dois dos sete componentes com poder de voto desejavam alta de 0,5 ponto -, em pelo menos um ponto todos concordaram: a partir da reunião desta última reunião, o ajuste da taxa de juros deve ser prolongado.
Na ata da reunião do Copom, divulgada nesta quinta-feira, 28/04, a autoridade monetária garantiu que, de forma unânime, os membros percebem que, “diante das incertezas quanto ao grau de persistência das pressões inflacionárias recentes, e da complexidade que envolve hoje o ambiente internacional, o ajuste total da taxa básica de juros deve ser, a partir desta reunião, suficientemente prolongado”.
Na percepção da maioria dos integrantes do comitê, a alta de 0,25 ponto na taxa é satisfatória, uma vez que “um substancial esforço anti-inflacionário já foi introduzido na economia no último quadrimestre e que há defasagens no mecanismo de transmissão desse esforço para a atividade e para os preços”.
O Banco Central pontuou que, com a decisão de prolongar o ciclo de ajuste, seria necessária uma reavaliação da estratégia de política monetária.
Os dois membro do comitê que defendiam a alta de 0,5 ponto, por sua vez, entendiam que a manutenção do ritmo de alta – nas duas reuniões anteriores em 2011 a elevação da Selic havia sido de 0,5 ponto – abrandaria os riscos de que as pressões inflacionárias se transportassem para o cenário prospectivo.
“Considerando o balanço de riscos para a inflação, o ritmo ainda incerto de moderação da atividade doméstica, bem como a complexidade que ora envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que, neste momento, a implementação de ajustes das condições monetárias por um período suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2012”, apontou o BC, na ata.
A próxima reunião do Copom acontece no próximo dia 7 de junho para deliberar sobre os rumos da taxa Selic, que após a ultima reunião passou de 11,75% para 12,00% ao ano. Entre os economistas do mercado financeiro a estimativa é de que o Banco Central deve elevar a Selic em, pelo menos, mais 0,25 ponto.
Evolução da Taxa Selic
Pela sétima semana seguida os analistas do mercado financeiro voltaram a elevar a estimativa para os índices de inflação para 2011. Esta informação foi divulgada hoje, 25/04, pelo Bacen através do Relatório de Mercado Focus. Conforme os dados divulgados pelo relatório, a projeção para a inflação medida pelo IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, neste ano subiu de 6,29% para 6,34%, em um patamar muito próximo ao limite máximo e muito distante do centro da meta de inflação, fixada em 4,50%. A meta tem margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.
Os economistas do mercado financeiro conservaram a estimativa da inflação para 2012 em 5,00%. Em relação à inflação de curto prazo, o mercado elevou de 0,70% para 0,79% a projeção para o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo para abril de 2011. No caso da inflação de maio, a taxa projetada caiu de 0,42% para 0,41%.
O mercado financeiro manteve a estimativa para o crescimento da economia. Segundo o Relatório de Mercado – Focus, o PIB – Produto Interno Bruto de 2011, deve crescer 4,00%. Para 2012 a expectativa para o crescimento da economia brasileira, caiu de 4,25% para 4,21%. Na visão dos analistas do mercado financeiro a produção industrial em 2011 deve apresentar uma ligeira redução de 4,08% para 4,06%. Para 2012, a projeção para o crescimento da indústria caiu de 4,68% para 4,65%.
Cambio e taxa de juros
O relatório Focus divulgado nesta segunda-feira mostra que os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa para a Taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, para dezembro de 2011, em 12,25% ao ano. Atualmente taxa está em 12,00% ao ano. A expectativa para a Taxa Selic para fechamento de 2012 oermaneceu em 11,75% ao ano.
Os economistas do mercado financeiro projetam que o dólar termine 2011 em R$ 1,65, igual ao valor projetado na última semana. A estimativa para o câmbio médio em 2011 passou de R$ 1,63 para R$ 1,62. Para 2012, a estimativa para o câmbio caiu de R$ 1,71 para R$ 1,70.
Balanço de pagamentos
Os analistas do mercado financeiro alteram a projeção para o saldo em conta corrente em 2011. A estimativa para saldo em conta corrente neste ano passou de um déficit de US$ 61,50 bilhões para US$ 60,50 bilhões. Para 2012, o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos estimado permaneceu em US$ 69,10 bilhões.
Por outro lado, a estimativa do saldo da balança comercial em 2011 subiu de um superávit de US$ 17,20 bilhões para US$ 18,00 bilhões. Para 2012, a projeção para o saldo da balança comercial também subiu de US$ 10,00 bilhões para US$ 10,05 bilhões. Em relação ao ingresso de IED – Investimento Estrangeiro Direto em 2011, os analistas de mercado mantiveram em US$ 45,00 bilhões. Para 2012, a projeção também permaneceu igualmente em US$ 45,00 bilhões.
Após o encerramento da reunião do Copom – Comitê de Política Monetária, organismo composto pelos diretores e pelo presidente da autoridade monetária, nesta quarta-feira, 20/04 , foi informado que a taxa básica de juros da economia brasileira foi elevada de 11,75% para 12,00% ao ano.
A noticia da decisão pegou de surpresa a maior parte dos analistas do mercado financeiro, que esperava em uma subida mais forte, para 12,25% ao ano. Entretanto, a definição do Copom sobre o percentual de elevação taxa de juros, não foi unânime. Cinco diretores votaram pelo aumento de 0,25 pontos percentual anunciado nesta quarta, enquanto outros dois se mostraram favoráveis para por um aumento de 0,5 ponto.
Com esta, é a terceira alta seguida dos juros brasileiros. A Selic já tinha sido elevada em janeiro e março deste ano. O Bacen utiliza a taxa de juros como instrumento de política monetária para tentar controlar a inflação. Com isso, pretende conter a demanda por produtos e serviços.
Com a elevação dos juros anunciada, os juros continuaram no patamar mais elevado desde janeiro de 2009, quando eram de 12,75% ao ano. Os analista de mercado, de acordo com o Relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, espera que a taxa encerre o ano em 12,25% ao ano.
Esclarecimento
No encerramento da reunião do Copom, foi divulgada a seguinte nota: “Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu elevar a taxa Selic para 12,00% a.a., sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pelo aumento da taxa Selic em 0,50 p.p. Considerando o balanço de riscos para a inflação, o ritmo ainda incerto de moderação da atividade doméstica, bem como a complexidade que ora envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que, neste momento, a implementação de ajustes das condições monetárias por um período suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2012″, informou. Desta forma, a autoridade monetária sinaliza que novos aumentos podem vir.
Ranking dos juros
Após a elevação da taxa Selic para 12,00% ao ano, o Brasil permaneceu isolado em primeiro lugar no ranking mundial de juros reais – que são calculados após a dedução da inflação projetada para os próximos doze meses. Juros altos tendem a atrair capital para a economia brasileira e a pressionar ainda mais para baixo o dólar.
A taxa real de juros do Brasil subiu para 6,2% ao ano, quase o triplo do segundo colocado (Turquia, com 2,2% ao ano). A taxa média de juros de 40 países pesquisados está negativa em 0,9% ao ano.
Pressões inflacionárias
As pressões inflacionárias dos primeiros meses deste ano estão relacionadas, sobretudo, com a alta dos preços das commodities – produtos com cotação internacional-, como alimentos, minério de ferro e petróleo, dos serviços e dos transportes. Segundo analistas, o preço dos alimentos e dos serviços deverá continuar pressionando a inflação nos próximos meses. Juntos, eles representam cerca de 50% do IPCA.
Os preços dos transportes, contaminados pelos aumentos no preço dos combustíveis, também vem registrando aumento nas últimas semanas. Ao mesmo tempo, analistas consideram que a indexação, ainda presente na economia brasileira, assim como a elevação das expectativas para o IPCA, também contribuem para pressionar para cima a inflação. Por outro lado, o dólar baixo tem ajudado o BC no controle da inflação no Brasil, uma vez que torna os produtos importados mais baratos.
O Copom – Comitê de Política Monetária, ligado ao Bacen que estabelece as diretrizes da política monetária, como a Taxa SELIC, realiza hoje, 20/04 o seu segundo dia de reunião e, após as 18h, será anunciada a decisão sobre a taxa Selic.
A expectativa da grande maioria dos participantes do mercado financeiro é de uma nova elevação nos juros, de 11,75% para 12,25% ao ano. Caso se confirme, este será o terceiro aumento consecutivo.
Ao elevar a taxa básica de juros o Bacen, objetiva refrear as pressões inflacionárias. Esta medida adotada pela autoridade monetária tende a enxugar a liquidez da economia, desta forma desestimular o consumo da população.
O principal objetivo do Banco Central é manter a inflação dentro do limite estabelecido pelo CMN – Conselho Monetário Nacional, conhecido pelo mercado como sistema de metas de inflação, que para este ano e para 2012 é de 4,5%, tendo por base o índice oficial de inflação utilizado pelo governo, o IPCA. O sistema de metas estabelecido pelo CMN contempla um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, de modo que o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
O mercado financeiro, conforme o Relatório Focus divulgado nesta semana, projeta que o IPCA avance 6,29% em 2011, já o Banco Central estima que a inflação fique em torno de 5,6% para este ano.
Meta central de Inflação
O relatório de inflação do primeiro trimestre deste ano, divulgado no final de março, o Bacen informa que a sua estratégia de fixação da taxa básica de juros da economia brasileira tem por objetivo forçar o IPCA para o centro da meta de inflação, de 4,5%, apenas em 2012.
Desta forma, o Banco Central dá indícios que está abandonando o centro da meta de inflação pelo segundo ano seguido. A mesma estratégia foi seguida no ano de 2010.
A autoridade monetária que neste contexto, os custos, em termos de nível de atividade, PIB e geração de empregos, de se manter no centro da meta de inflação neste ano seriam muito elevados.
Medidas macroprodenciais
Adicionalmente as duas elevações na taxa básica de juros realizadas neste ano, em janeiro e março, e da probabilidade de uma nova elevação nesta quarta-feira, 20/04, a autoridade monetária, adicionalmente anunciou uma série de medidas na tentativa de desaquecer a economia e, desta forma, controlando as pressões inflacionárias. São as chamadas medidas macroprudenciais. As medias macroprudenciais mudam a regulação das instituições financeiras de maneira a atenuar um efeito perverso que um ciclo econômico possa ter sobre a decisão dessas instituições.
Em dezembro de 2010, o Banco Central elevou os compulsórios dos bancos, retirando R$ 61 bilhões da economia, além de ter majorado a exigência de capital dos bancos para empréstimos de prazo mais longo para pessoas físicas. O depósito compulsório é uma das formas de atuação de um Banco Central para garantir o poder de compra da moeda, e, em menor escala, para execução da política monetária. O depósito compulsório é geralmente feito através de determinação legal, obrigando os bancos comerciais e outras instituições financeiras a depositarem, junto ao Banco Central, parte de suas captações em depósitos à vista ou outros títulos contábeis.
No mês de fevereiro, realizou um corte de R$ 50 bilhões no orçamento de 2011.
Recentemente, o Ministério da Fazenda, Guido Mantega, divulgou o aumento do IOF - Imposto Sobre Operações Financeiras para as pessoas físicas, além de ter aumentado a alíquota do imposto, igualmente, para as compras feitas com cartões de crédito no exterior.