Na última reunião COPOM – Comitê de Política Monetária do governo do presidente não houve surpresa e a taxa básica de juros foi mantida em 10,75% a.a. confirmando a expectativa do mercado financeiro. Esta foi a terceira reunião do comitê do banco Central em que a Selic permanece estável. Desde julho deste ano a taxa básica de juros da economia está no mesmo patamar.
Com o anuncio, na última semana da elevação dos compulsórios e conseqüente retirada de R$ 61 bilhões da economia, o mercado já esperava pela manutenção dos juros no atual patamar.
Ao elevar o depósito compulsório, O depósito compulsório é uma das formas que o BC tem para controlar a quantidade de dinheiro na economia. O compulsório obriga os bancos a depositar parte dos recursos captados dos clientes, via depósitos à vista, a prazo ou poupança, numa conta no Banco Central. Esta medida colabora para pressionar para cima os juros bancários e refrear o crescimento do crédito – base do consumo e da inflação. Esta medida tem por objetivo, evitar a um ajuste mais rápido nos juros básicos da economia.
Justificativa
Ao encerramento da última reunião do Copom sob a batuta de Henrique Meireles, nesta quarta feira, dia 8/12, o Banco Central divulgou a seguinte nota: “Avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 10,75% a.a., sem viés. Diante de um cenário prospectivo menos favorável do que o observado na última reunião, mas tendo em vista que, devido às condições de crédito e liquidez, o Banco Central introduziu recentemente medidas macro prudenciais, prevaleceu o entendimento entre os membros do Comitê de que será necessário tempo adicional para melhor aferir os efeitos dessas iniciativas sobre as condições monetárias. Nesse sentido, o Comitê entendeu não ser oportuno reavaliar a estratégia de política monetária nesta reunião e irá acompanhar atentamente a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária”.
Pressões inflacionárias
Em que pese a elevação do compulsório, a expectativa do mercado financeiro é de que os juros deverão de subir em 2011 para conter as pressões inflacionárias. Até o momento, os analistas do mercado financeiros julgam que a taxa Selic deverá ser elevada já na primeira reunião do Copom em janeiro de 2011, já sob o comando de Alexandre Tombini a frente do Banco central, e que encerre 2011 em 12,25% ao ano.
O IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, utilizado como referência no sistema de metas de inflação do governo federal, encerrou o mês de novembro em alta de 0,83%, o maior variação mensal desde abril de 2005, e, nos onze primeiros meses de 2010, mostra alta de 5,25%. Para 2011, a projeção do mercado para o IPCA é de 5,20%.
Juros reais
Com a decisão tomada nesta quarta-feira, 8/12, pelo COPOM – Comitê de Política Monetária, do Banco Central, de manter a taxa básica de juros (a Selic) em 10,75% ao ano, o Brasil continua com os maiores juros reais do mundo.
Os juros reais descontam a inflação projetada para os próximos 12 meses. Fazendo essa conta, os juros básicos no Brasil ficam em 4,8% ao ano. Em segundo, vem a África do Sul, com taxa real de 2,%. Em terceiro, está a Austrália, com 1,9%. A taxa média de 40 países pesquisados está negativa em 0,8% ao ano.